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Estudo com aves mostra que carnosina reduz ácidos nos músculos

16/10/2018

Um estudo de Fisiologia Comparativa realizado com beija-flores e galinhas pode explicar melhor a atuação da carnosina nos músculos dos seres humanos. A pesquisa foi desenvolvida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A carnosina, composta por dois aminoácidos (beta-alanina e histidina) e tradicionalmente conhecida por prevenir a fadiga durante a atividade física, agora foi associada, principalmente, à função de reduzir a concentração de ácidos no músculo.

As duas espécies de aves foram escolhidas porque possuem metabolismos de produção de energia completamente diferentes uma da outra. Os pesquisadores analisaram em laboratório amostras dos músculos do beija-flor e da galinha. Como resultado, encontraram nos tecidos musculares da galinha uma quantidade de carnosina muito maior quando comparada à dos tecidos musculares do beija-flor.

A conclusão do estudo é de que a função da carnosina é, principalmente, a de diminuir o processo de acidose muscular, como agente tampão, evolutivamente compatível com o músculo altamente anaeróbio da galinha e que a virtual ausência de carnosina no músculo do beija-flor indicaria sua ineficácia como agente antioxidante.

Trazendo os achados para o mundo esportivo, o pesquisador Bruno Gualano explica que é possível imaginar que atletas envolvidos em modalidades anaeróbias, que envolvem “tiros” intensos, por exemplo, e que se assemelham metabolicamente aos voos curtos da galinha, poderiam se beneficiar da carnosina muscular. Já os envolvidos em provas longas, que demandam mais do metabolismo oxidativo, como ocorre com o beija-flor, não teriam tanta necessidade de apresentar altos níveis de carnosina.